O cruel ataque do Jihad aos colonos judeus em Hebron matando 12 e ferindo 20, já batizado pela mídia de "O Massacre do Shabat", pois as vítimas foram agredidas a caminho da Tumba dos Patriarcas no dia judaico de descanso, não deverá obviamente ganhar a atenção da imprensa ocidental da mesma forma que Jenin, onde a maior parte das vítimas era composta por árabes e não por israelenses.
Ao ataque de hoje, Tel Aviv deverá reagir com rigor e buscar os assassinos executando-os mais cedo ou mais tarde. Pode sobrar para civis, como costuma ocorrer. Haverá nova gritaria na mídia pró-árabe e uma nova onda antiisraelense se agitará nas redações de Paris, NY, SP e Buenos Aires. E assim a roda permanecerá girando.
A luta entre judeus e árabes representa, em escala mais dramática, a disputa entre capitalistas e anti-capitalistas pelo controle do mundo. Toda a rede de organismos abrigada pela ONU mais a França, a China e a Rússia, jogam em favor dos palestinos e fazem vista grossa e corpo mole com Saddam Hussein, Iasser Arafat e até com o terrorismo responsável pelos mais recentes assassinatos em massa, a partir do 11 de setembro.
Do outro lado está Bush e Sharon, cada vez mais isolados e dependendo de suas próprias forças para derrotar os inimigos que, ao contrário da ONU e das entidades antiglobalização (a econômica, não a política), trabalham às claras para enfraquecer Washington e a influência dos judeus no Oriente Médio.
Jornalistas que exercem seu poder junto aos leitores com parcialidade pró-árabe, são exatamente os mesmos que defendem o Protocolo de Kyoto, o MST, José Bové, a intervenção das entidades ambientalistas na esfera doméstica das nações, o desarmamento civil, um novo papel para as Forças Armadas, as cotas para os negros e uma série de outras ações contidas na agenda-salada anticapitalista internacional.
Eram todos alinhados, na época da Guerra Fria, com Moscou, Pequim e Havana. Agora apenas servem a outros senhores e defendem uma outra política que permanece tendo como objetivo final a paulatina derrocada dos valores cristãos e capitalistas. São os mesmos que preconizam o diálogo com as FARC, com Saddam e com Bin Laden. Pouco estão se importando com as vítimas do terror. Hipócritas, fingiram horror diante das torres caídas para no dia seguinte à tragédia culpar os próprios americanos pela ocorrência inusitada.
Um destes "jornalistas-ativistas" da causa palestina e anticapitalista, supostamente um pacifista, é o ex-correspondente da Folha, assíduo colaborador de Caros Amigos e futuro editor do jornal do MST, José Arbex Jr. Seus artigos, fartamente publicados em sites como o Observatório da Imprensa, naturalmente, costumam repudiar a política dos EUA e de Israel, transformando os judeus em novos nazistas como se as atividades de Hitler pudessem ser aferidas na guerra do Oriente Médio, desta vez contra os palestinos.
Já disse em outros artigos, aliás, que durante muito tempo foi conveniente aos esquerdistas afagar os judeus pelo Holocauto. Ao fazê-lo, tornavam Hitler o único monstro do século XX, deixando escondidos os crimes, muito maiores, de Stálin. O Holocauto passou para a História como a referência máxima do Horror na Terra ao mesmo tempo que o Gulag soviético era devidamente transformado num "desvio" dos ideais marxistas.
Mas o problema está em não assumir as responsabilidades e as opiniões a respeito de determinado tema e de determinados acontecimentos. São poucos os jornalistas que afirmam para quem e por quem trabalham. Sempre que perguntado a respeito do ódio que nutre contra os judeus e contra os EUA, um José Arbex jamais o admitirá e com a mesma cara-de-pau com que ignora a ação de um homem-bomba palestino, dirá que prefere estar ao lado dos excluídos do capitalismo neoliberal e das "vítimas" da politica "belicista" dos republicanos. Fará seu interlocutor e seus leitores acreditarem que é um jornalista pacifista e humanitário.
Mas não se escreve assim impunemente. De vez em quando, alguém fura o esquema da consensualidade forçada e imposta pela mídia controlada pela esquerda, a qual representa muito bem o sr. José Arbex. Neste caso, um leitor judeu resolveu desmascarar o jornalista e o vem fazendo no palanque preferido dessa gente, o Observatório da Imprensa. Peço aos leitores que leiam a polêmica a partir do endereço abaixo. Nos próximos dias, estarei eu também a publicar algumas críticas ao trabalho deste jornalista:
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/caixa/cp1311200292.htm
Carta do leitor da Folha, Elu Matnos, de São José do Rio Preto (SP), publicada neste sábado no Painel do Leitor do jornal paulista:
"Que pena. O nosso Lula se mascarou. Está preocupado com a arquibancada. Quer ser empossado com a presença de figuras sanguinárias como Fidel Castro. Ah,se eu pudesse refazer meu voto! Oxalá tivéssemos algum juiz da têmpera do espanhol Baltazar Garzón para fazer com o ditador cubano o mesmo que foi feito com o chileno Augusto Pinochet no Reino Unido. Aliás, perto dos crimes praticados por Fidel Castro, Pinochet não passa de um aprendiz."
Nota do Editor - Dizem que os jornalistas sem talento, como eu, por exemplo, precisam do amparo dos talentosos para obter algum sucesso. É a famosa carona na fama e na inteligência alheias. Colocado isso, partilho com os leitores duas informações. A primeira é que escolhi o Janer Cristaldo como o hospedeiro da minha incompetência (o outro é o Antonio Fernando Borges) e a segunda é a que tenho o prazer de publicar abaixo um texto inédito dele feito a meu pedido. Vamos ver até quando ele vai topar essa exploração. Como vocês sabem, o jornalismo brasileiro tem jeito. Basta ele se mudar para a biblioteca do Janer.
A Cobaia da Vez
Janer Cristaldo - Os intelectuais europeus vêem o Terceiro Mundo como um imenso laboratório de experimentos sociais, costumo afirmar. Quanto Hitler tentou suas experiências em continente europeu, esses mesmos intelectuais reagiram com horror. O mesmo não ocorreu quando Lênin e Stalin, que se viam como engenheiros sociais, tentaram criar o "homem novo soviético". Pelo contrário, a intelligentsia européia apoiou-os em uníssono. Afinal, a experiência não era feita na Europa. Os raros escritores a denunciar a tirania comunista tiveram suas mortes civis decretadas.
Entre os departamentos privilegiados do laboratório dos europeus está a América Latina. Não sou eu quem o afirma. E sim o historiador marxista (sim, a espécie ainda não está extinta), Eric Hobsbawm. Em entrevista à Folha de São Paulo, abrigado em seu conforto londrino, declarou, sem pudor algum:
"O fato de o continente ser um fantástico laboratório de transformações históricas foi muito marcante para minha trajetória intelectual. Tenho certeza de que os historiadores do futuro podem aprender tanto sobre a história com a América Latina como Darwin aprendeu sobre o homem, também a partir da América Latina, devido à extraordinária riqueza social e biológica deste continente".
Para um bom britânico, nada se perde, tudo lhe aproveita. As peripécias sofridas por este sofrido continente são saudadas pelos laboratoristas como contributos à pesquisa. Quando Castro tomou o poder em 1959, os "cientistas" europeus se debruçaram com carinho sobre as cobaias cubanas, quem sabe não surgiria ali o "homem novo" prometido por Lênin e Stalin. Pelo menos, esta era a promessa de Che Guevara. Como andorinhas em revoada, jornalistas, escritores, sociólogos e filósofos rumaram à utopia tropical. Um Sartre baixinho e extasiado olhava para o alto, para Castro, e perguntava candidamente: "e se os cubanos quiserem a lua?" Bonachão, el Comandante respondia: "se pedem a lua, é porque precisam dela". Tirania também tem poesia.
Enquanto o "hombre nuevo" era gestado, o marxista Salvador Allende subiu ao poder em 1970. Os "cientistas" voltaram seu científico olhar para as cobaias chilenas. A economia do país afundava, o tecido social se decompunha, mas o experimento tinha de ser levado adiante. Quando um general, atendendo ao chamado popular, decidiu dar um basta aos experimentadores, foi jogado à mesma lixeira em que os "cientistas" jogaram Hitler, Franco e Mussolini. Não satisfeitos com o ostracismo ao qual condenaram Pinochet, um juiz espanhol, que jamais se preocupou em julgar os militares do franquismo, pretendeu julgá-lo em território europeu por crimes cometidos na América Latina. O Chile hoje constitui a economia mais próspera do continente. Mas as viúvas continuam carpindo Allende.
Os "cientistas" também observaram com carinho os propósitos dos montoneros para a Argentina, dos tupamaros para o Uruguai, como também os de Daniel Ortega Saavedra para a Nicarágua. Um fantástico laboratório, como diria Hobsbawm.
O Brasil, hoje, é a cobaia da vez.
Fim de governo costuma ser marcado pelo relaxamento do poder central. O de FHC é uma festa. Para alguns, uma aula de "civismo" e "democracia". Para outros, ela custa caro. É o caso da respeitada funcionária pública federal Selene Peres Nunes, de 37 anos, obrigada a pedir exoneração do cargo de assessora econômica do Ministério do Planejamento por pressão direta do governador Itamar Franco.
Sim, é isso mesmo. O governador mineiro determinou o futuro de uma servidora federal. Tudo porque Selene, em entrevista ao Correio Braziliense, disse que havia feito um estudo que concluiu ser Minas Gerais o estado com o pior quadro fiscal do país. Itamar não gostou, reclamou ao ministro e este mandou a funcionária voltar para o Tesouro Nacional, onde entrou em 1994 por meio de concurso público.
Selene costuma dar palestras no mundo inteiro e foi uma das autoras do texto da lei de Responsabilidade Fiscal. É tida como uma das mais qualificadas funcionárias da Esplanada dos Ministérios e se preparava para redigir a lei fiscal paraguaia. Já fez a do Equador. Seu erro foi ter estudado o populismo do ex-presidente e constatar, segundo reportagem do Correio, que no primeiro ano de sua gestão, Minas registrou superávit primário (receitas maiores que despesas) de R$ 1 bilhão. No ano seguinte, o saldo positivo caiu para R$ 253,6 milhões. Em 2001, houve um déficit de R$ 42,9 bilhões. Minas ainda tem se destacado, segundo Selene, por infringir as regras estabelecidas pelo Tesouro Nacional.
Selene volta para o Tesouro e Itamar arruma as malas rumo ao governo Lula. Vão trabalhar na mesma cidade, a menos que o governador prefira assumir a embaixada em Roma. Estar no poder parece coisa do seu destino, não há o que fazer. Leonel Brizola tem sina similar, para azar do país. Andaram dizendo que o eleitor andou aposentando figuras lamentáveis da política brasileira. Nada mais falso.
André Singer, o Bob Zoellick do PT, declarou que são fantasiosas as afirmações da Folha de que a mudança na data da posse serve para garantir a presença de Fidel Castro em Brasília em janeiro. Como se sabe, o ditador comemora todo dia 1º a Revolução de 59 numa grande farsa anual em que o povo finge participar de bom grado. Mas esse é um problema dos cubanos.
A cúpula do PT também finge bem. Anda dizendo que essa história de mudar a posse para o dia 6 é coisa dos presidentes do Senado e da Câmara. O primeiro, Rames Tebet, está excitadíssimo. Quer passar a faixa de presidente para Lula na eventualidade de FHC vir a insistir na posse dia 1. "Passo eu" disse à Folha.
Lula e José Dirceu querem a presença de Fidel, o símbolo maior do anticapitalismo e das forças antiamericanas na América Latina. A festa sem sua presença ficará incompleta. Por outro lado, não podem deixar isso explícito pois se trata de alterar a Constituição do país por um motivo tão pífio e por um capricho de revolucionários.
A surpresa, talvez, vem de FHC, ao não topar o jogo do PT. Quer ir para casa dia 31 de dezembro e olhe lá. Sabe que o serviço a ele determinado já foi feito e com folga na agenda. As Forças Armadas e a esquerda terrorista das indenizações sabem disso.
A exploração da pobreza pelos "intelectuais" e gente "das artes" há muito passou dos limites da ética, daquilo que é aceitável, do bom senso, enfim, de tudo. Desta vez, a "engajada" Bia Lessa, a diretora de teatro, resolveu montar um viveiro de baratas, parte da instalação "Claro Explícito" inaugurada esta semana em São Paulo e bancada por Milú Villela, a mulher que mais desperdiça dinheiro do Itaú em nome da "cultura" do país.
Na inauguração do painel de Bia Lessa, em que todos foram obrigados a achar os insetos e a instalação algo "interessante" ou "divertido", sob pena de estragar o consenso forçado destes tempos, a autora mandou chamar os pobres, pois, afinal, sem eles, a coisa toda fica muito sem graça. "Quero que se forme uma fila de mendigos", ordenou ela, segundo reporta Mônica Bergamo, na Ilustrada deste sábado.
A presença deles foi providenciada por catadores de lata, arregimentados pela diretora. Cada um ganharia um pão, levado pelos próprios visitantes da mostra. Não me perguntem a razão de tudo isso. Arrisco dizer que o maldito capitalismo é o inspirador da "atitude" da performática Bia Lessa. " O dinheiro é sujo mesmo", opinou alguém diante das baratas. Pobres baratas. A isso chamam de arte.
Os pragmáticos e cobiçosos religiosos do PL começaram a ter uma idéia mais apurada do que deverá ser o convívio com seus novos aliados, a turma do PT, que assume o poder em 2003. Mais precisamente com o gênio de José Dirceu. Nos jornais desta quinta, ele surge despachando um duro recado aos neodominicanos do Bispo Rodrigues: não admitirá qualquer comparação com personagens da vida política brasileira. "Não mereço isso", afirmou irritado o presidente do PT.
Consta que José Dirceu andou sendo comparado a Sérgio Motta, o homem-forte do primeiro governo tucano. Mas ao refutar peremptoriamente qualquer comparação com o ex-ministro das Comunicações, comete uma injustiça com a biografia de "Serjão", muito menos tortuosa e sinistra que a sua. O chamado "trator" da tucanagem não foi agente a serviço de Fidel Castro nem teve uma vida dupla durante quatro anos no interior do Paraná. Também não tramou a tomada do poder através de organizações criminosas e terroristas, financiadas com dinheiro do comunismo internacional.
Longe de mim, entretanto, exaltar a figura do idealizador das privatizações da telefonia brasileira. Sergio Motta não é exemplo de homem público para ninguém.
Mas antes de mostrar-se tão refratário a ver similaridades com tais personagens da política brasileira, o deputado deveria refletir se eles gostariam de ser comparados com o próprio José Dirceu. Desconfio. Eles também não mereceriam isso.
Há duas maneiras de se fazer jornalismo. Uma é ir atrás da notícia e outra é antecipar-se a ela. A forma mais comum é a primeira e hoje são raros os jornalistas que conseguem provocar o surgimento dos fatos que eles mesmos, na apuração das circunstâncias, revelam.
O caso do menino raptado, sabe-se agora, pela mãe adotiva, há 16 anos, é exemplar disso. Desde o momento em que o caso veio à tona, com a descoberta pelos pais biológicos do paradeiro do filho sequestrado ainda na maternidade, a imprensa vem seguindo as fontes policiais sem que ninguém tenha feito a pergunta fundamental logo de cara: afinal, quem sequestrou Pedrinho?
Mas perguntas do gênero não costumam permanecer muito tempo sem voltar a nos provocar e é preciso trabalhar para respondê-las. Uma semana depois das primeiras informações sobre o "ressurgimento" de Pedrinho, finalmente a questão-chave do caso começa a ser respondida. A polícia de Brasília disse nesta quinta que não tem mais dúvidas de que foi Vilma Martins Costa quem tirou a criança da maternidade.
A imprensa não conseguiu antecipar-se à revelação e, neste caso, limitou-se a repercutir as indagações de uma investigação policial convencional. Será que estamos mais indolentes ou não temos mais a curiosidade essencial que transforma os jornalistas em excelentes investigadores?
A interessante novela não acabou, porém. Pedrinho irá perdoar a mãe adotiva que mudou sua história? Com quem decidirá viver? Quais os efeitos da descoberta sobre ele? Não faltarão psicólogos e espiritualistas nas páginas dos jornais e nos programas vespertinos da TV a especular respostas....O jornalismo já terá, assim, sido vencido pelo desenrolar dos fatos sem que sobre este cronograma ele não tenha conseguido interferir.
São muito pequenas as chances de a posse do novo presidente ocorrer como manda a Constituição, ou seja, no primeiro dia de 2003. Hoje reportagem da Folha abriu de uma vez o jogo dizendo o que o povão ainda não sabe: a insistência para a mudança na data da posse se deve ao fato de Fidel Castro, o guru do Lula, não poder estar longe de Cuba na virada do ano. É que nesta data, ele comemora a revolução de 59, uma grande festa com o feliz, rico e vibrante povo cubano.
Seria mais honesto que o deputado João Paulo Cunha, quando entrevistado pelo Jornal Nacional a respeito da data da posse, também abrisse o jogo e revelasse o motivo de tal obsessão por parte da cúpula do PT. Resta saber se FHC cederá aos caprichos do José Dirceu e sua turma, o ex-agente cubano que tem uma relação com Fidel similar a que um filho tem com seu pai, ou a de um aluno com seu professor.
No metrô, leio a entrevista que Eric Hobsbawm concedeu à correspondente de O Globo em Londres, Maria Luiza Abbott e me pergunto: quem pode levar este senhor em consideração? A impressão que tenho é a de que um militante juvenil do PSTU está falando e, no entanto, o homem é um dos mais prestigiados historiadores do século XX.
Seu discurso, embora militante, acerta, sem o admitir, quando aponta Lula e o PT como a derradeira salvação do socialismo internacional. Daí entendermos a atenção de figuras como Hobsbawm sobre a ascenção do petismo e, por tabela, do esquerdismo castrista na América Latina.
O Brasil está prestes a tornar-se o último país comunista do mundo e isso excita os marxistas e a comunidade globalista bancada pela ONU e seus tentaculares organismos mundiais em guerra aberta contra os Estados Unidos e o cambaleante capitalismo representado pelo FMI e o chamado neoliberalismo.
Vejam o que diz o austríaco, que parece ter sido afetado no nascimento, em 1917, pelo diabólico vento bolchevique que instalava seu ovo da serpente no mesmo ano alguns quilômetros a leste de Viena: "O crescimento de Lula e do PT tem significado histórico. É um partido de massas baseado numa classe trabalhadora industrial como muitos que surgiram na Europa...mas isso era raro na América Latina. Marca uma transformação maior. Mais ainda, ao contrário dos partidos trabalhistas europeus, tem o potencial de se tornar o partido da maioria no país".
Está claro para o historiador que é no PT que devem ser animadas as expectativas da esquerda mundial no Ocidente, abatida na França, em crise na Alemanha mas altiva no antigo quintal dos EUA. Hobsbawm vincula maldosamente a expansão neoliberal aos interesses de Wall Street e da Casa Branca mas omite o confronto entre os EUA e a ONU, a verdadeira força globalizante e verifica que talvez Lula possa ser o centro de um novo eixo populista e socialista em socorro ao comunismo. Sobre o qual, é bom lembrar, Fidel Castro já disse um dia que se reergueria aqui depois de ter sido removido no leste da Europa.
São tempos realmente interessantes esses, como diz o título das memórias recém-lançadas do vienense. O mesmo que vê triunfar, mais uma vez, aos 85 anos, o coletivismo que sempre adorou, desta vez, porém, nos trópicos da América do Sul.
Janer Cristaldo visitou o Museu da Inquisição em Toledo. Veja o resultado da viagem
Não recomendo aos mais sensíveis
Essa quem manda é o Felipe Simões, lá do front gaúcho:
A professora Lúcia Silva e Silva da cadeira de Introdução à Ciência Política do curso de Administração da UFRGS, da qual ou aluno, anunciou em alto e bom som na aula de ontem (terça 12/11): " Toda a bibliografia dessa cadeira é Marxista " e, claro, essa formação não fez a menor diferença para os meus colegas - cheguei até a rir comigo mesmo de tamanha desgraça. Mas o mais me espanta é o fato de que essas coisas até pouco tempo atrás costumavam correr pelos corredores, agora, acontecem dentro da sala de aula, tudo na maior naturalidade. É o "pluralismo dos politizados", que só funciona quando atende aos interesses de militantzia - quando contrariado ou criticado - sai da frente !!! daí é uma crime moral. Professores da UFRGS, eu peço encarecidamente: se eu estiver enganado, me corrijam. Eu ficaria muito feliz sabendo que ainda exite uma alternativa.
A polêmica entrevista da Al Jazeera com um suposto líder da Al Qaeda foi parar na lista negra dos boatos típicos da Web. O leitor e amigo Nelson Baumgratz mandou o link: http://antivirus.about.com/library/hoaxes/bljazeera.htm
Paulo Leite, jornalista radicado em Washington, manda notícias também. Vejam só:
Para quem pensa que a torcida da imprensa brasileira em favor da candidatura Lula foi um fenômeno inusitado, um consolo: a imprensa norte-americana sofre da mesma doença. Nada mais respeitável na chamada "grande imprensa" do que endeusar os políticos do partido Democrata e demonizar os Republicanos. E nem mesmo o rádio e a TV públicas, mantidos em grande parte com dinheiro do contribuinte, escapam. Logo depois da vitória dos republicanos nas eleições de meio de mandato, o comentarista Bill Moyers, da PBS (cadeia de TV "educativa" nacional), mandou ao ar seu insentíssimo comentário:
"E pela primeira vez na lembrança de qualquer pessoa viva, todo o Governo federal - o Congresso, o Executivo, o Judiciário - está unido a favor de uma agenda de extrema-direita para a implantação da qual George W. Bush acredita agora ter um mandato. Tal mandato inclui a força do Estado para obrigar mulheres grávidas a abrir mão do controle sobre suas próprias vidas. inclui usar a força da taxação para transferir riqueza dos trabalhadores para os ricos. inclui dar às grandes corporações a liberdade de eviscerar o meio ambiente e controlar as agências reguladoras criadas para responsabilizá-las. E inclui sigilo numa escala que você nem pode imaginar. Acima de tudo, significa juízes com uma agenda política, apontados para toda a vida. Se você gostava da Suprema Corte que colocou George W. Bush na Casa Branca, você vai vibrar com o que está vindo por aí. E se você gosta de Deus no governo, prepare-se para o Arrebatamento..."
Liberdade de Imprensa, tá certo. Mas com o dinheiro do contribuinte, já é um pouco demais, não?
Não é de hoje que os jornalistas e articulistas do Valor Econômico jogaram o pudor fora e mostram-se claramente como os "hooligans" do PT. São quase todos isso mesmo, torcedores fanáticos do presidente eleito e seu partido. O jornal deveria mudar inclusive o verde de sua logomarca. Para ser mais coerente, o tom predominante deveria ser o vermelho. Marcio Cruz é um dos leitores mais críticos do jornal e não costuma deixar seus jornalistas em paz. Vejam a última carta que ele mandou para a "tchurma" lulista da cada vez menos valorosa redação deste infeliz diário:
Pessoal,
A página Política está parecendo órgão oficial do futuro governo Lula. Foi pautada pelo Singer? Só elogios e boas expectativas, um verdadeiro briefing positivo das boas notícias do dia sobre o novo presidente. Já o Ricardo Amaral, agora “chapa branca” do novo governo, emite a quarta coluna seguida buscando “endeusar”, idolatrar o Lula. Antes da posse, para o Amaral, o Lula é o estadista, o pop star. Interessante como a linha do editorial de política de Valor coincide com as estratégias políticas do PT: primeiro foi desgastar o governo FHC (o Ricardo Amaral se esmerou no mister). Depois, tornar a candidatura do PT palatável aos empresários (reconheço que Valor fez isto com muita competência). Agora é fortalecer, criar uma mística, uma força (com apoio popular) para o novo governo entrar com maior força de pressão (sobre o Congresso, sobre a oposição, etc). Estão bem empenhados, justo dizer.
Incrível, incrível mesmo é notar que nenhum repórter, nenhum colunista, ousou um breve comentário sobre as contradições do que o PT pregava (no palanque) e o que agora propõem (prévia como governantes). E, claro, a seção Cartas muito generosa em escolher as cartas favoráveis ao Lula e contrárias ao governo FHC. E assim caminha o jornalismo impávido, imparcial e impoluto de Valor...
Vem aí uma bela entrevista. Chega às bancas apenas no mês que vem e é uma das atrações do segundo número da Revista Oi, editada pelos competentes André Luiz Barros, Daniela Camargo e Roberto Cassano, da Selulloid. Em respeito a todos eles e ao autor da entrevista, o jornalista Pedro Doria, limito-me a dizer que valerá a pena esperar para lê-la. O entrevistado é Dave Winer, um dos "pais" dos Weblogs e editor do ScriptingNews (www.scripting.com).
Winer diz, entre outras coisas importantes, que os blogs formam o novo jornalismo, uma rede de informantes e fontes que deu novo fôlego à mídia tradicional, hoje em plena crise (no Brasil, do ponto de vista financeiro também). Ex-fundador da revista Wired Winer acredita que o futuro do jornalismo pertence ao blogs e que em poucos anos a maioria das pessoas estará se informando através deles e não mais por jornais e revistas convencionais. Outro detalhe em favor dos diários na Web: "..enquanto rola a crise na mídia, as pessoas querem mais informação e não menos. E cada vez mais as pessoas querem isso de graça", avalia Winer.
O número de estréia da Revista Oi, da operadora móvel controlada pela Telemar, começa a ganhar as bancas esta semana.
Marta Goulart estava no vôo da Gol sobre o Mato Grosso quando o vendedor ambulante Clodovel Lacerda despejou gasolina entre os passageiros. Ameaçava usar um isqueiro caso o avião não se deslocasse para Brasília onde pretendia fazer um protesto contra a sua situação financeira (se isso virar rotina no governo Lula estamos fritos. Mas prometo que não irei aderir à moda). Clodovel acabou imobilizado pelos passageiros e, amarrado, foi fotografado por Marta e sua providencial câmera fotográfica. As fotos estão publicadas no site da Agência Estado e podem ser vistas em www.agestado.com.br
Senti falta apenas de uma informação: quem é e o que faz Marta Goulart?
A vinda ao Brasil do ex-embaixador Lincoln Gordon em plena transição é um prato cheio para a midia esquerdista que controla os veículos de comunicação do país. O Valor Econômico desta terça parece inaugurar o que podemos aguardar como uma série de textos a respeito da participação dos EUA no golpe de 1964, uma fantasia digna das aventuras criadas em Hollywood e tão verossímil quanto o Pateta na Disneyland.
Carlos Haag, o jornalista do jornal citado que entrevistou Gordon, acha que ele errou ao acreditar, na ocasião em que era embaixador (61-66), que João Goulart transformaria o Brasil num regime comunista. Bem, Jango só não conduziu o país para a órbita soviética porque foi impedido por um grupo de militares que, sem derramar uma gota de sangue, removeu-o do poder.
Mas o velhinho não quer saber de mais confusão com o seu nome. Polido, disse que está otimista com Lula e acha que o mercado exagera nas pessimistas avaliações sobre o desempenho do PT no governo. Sua vinda seria muito útil, porém, se algum jornalista lhe perguntasse sobre as revelações de Ladislav Bittman no livro The KGB And Soviet Disinformation. Bittman coordenou a operação de desinformação, feita com agentes tchecos, que fez valer a noção hoje imperturbável de que foram os EUA os responsáveis por tramar o golpe contra Jango 38 anos atrás.
Lincoln Gordon sabe disso mas deverá evitar escaramuças com a imprensa. Acho que terá que conter o riso diante das inevitáveis perguntas sobre 64 e o complô da CIA contra o governo democrático de Jango e blábláblá. Aguardemos, portanto, o que vem por aí.
Uma decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que proíbe a fabricação, a venda e a propaganda de chocolates em forma de cigarros e charutos é um duro golpe na fabricante dos adoráveis cigarrinhos de chocolate PAN e uma intromissão repugnante do Estado na vida das empresas e dos consumidores. A decisão baseia-se em recomendação da OMS, outro asqueroso organismo metido a determinar o hábito de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Seus big brothers acham que o consumo dos cigarrinhos levam as crianças a fumar de verdade. Pois eu passei a vida inteira fumando os cigarros PAN (e agora os trago com os meus filhos em animados momentos de relax, entre uma partida de botão e outra) e nunca fumei um cigarro feito de nicotina. Portanto, abaixo a tirania da OMS!!!
Leiam o que o Veinho mandou de Tel Aviv hoje para alguns amigos, a respeito da entrevista da Al Jazeera com o nº 3 da Al Qaeda:
A primeira tradução do árabe foi em inglês. Supostamente do árabe. Já rodou por todas as línguas possíveis. Nunca foi desmentida nem confirmada. Nunca consegui nem confirmar nem desmentir. Mas o al Qaeda tem armas químicas e biológicas e radioativas. Pode ter comprado coisa mais pesada pois a vida na Rússia ficou impossível para os gênios e os milicos durante largo periodo. Os americanos chegaram a criar um fundo para pagar salário a cientista russo desempregado. Nestes dias tudo é possível. Mas nem confirmo nem desminto. Confirmo, isto sim, presença deles no triângulo e provavelmente no Brasil. Procurem reportagem publicada na ZH, feitas em Buenos Aires. O Brasil é diletante em matéria de contraterrorismo. Nem sabe que estão morrendo brasileiros na fronteira com a Colômbia tentando impedir infiltrações, lá estão as nossas tropas especiais, os rambos. beijos/Nahum.
Deu no IDG, neste 11 de novembro:
De acordo com informações publicadas pela Vietnam News Agency (VNA), o advogado Le Chi Quang foi preso na capital Hanoi, em fevereiro, quando estava em um cibercafé. Quang foi enquadrado no artigo 88 do código criminal do país, que penaliza a “Propaganda contra a República Socialista do Vietnã”. Entre abril de 2001 e fevereiro de 2002, o advogado publicou uma série de artigos. Um destes, intitulado “Cuidados da dinastia do norte”, tratava de acordos de divisão de terras em três fronteiras do país, assinados em 1999 e 2000, junto da China. O texto afirmava que parte do território vietnamita teria sido concedido aos chineses.
Será que somos o sr. Quang amanhã?
Começou a ficar esquisita a história do guerrilheiro das FARC supostamente flagrado no Rio pela inteligência da polícia carioca. Ontem O Globo reportou com exclusividade a existência do sujeito que estaria sendo monitorado pela secretaria de Segurança Pública. Até o nome dele teria sido obtido. Acontece que hoje o jornal esclareceu que ele não foi preso nem sequer sabe-se o seu paradeiro exato. A reportagem desta segunda informa que a polícia iniciou agora as buscas a fim de prendê-lo.
O Jornal Nacional entrou também na história mas nada acrescentou à reportagem do principal diário carioca. O guerrilheiro teria ligações com o roubo a um carro-forte na estrada para Angra dos Reis em que foram capturados R$ 1 milhão. O objetivo final seria o de libertar Fernandinho Beira-Mar, o principal cliente das FARC na América Latina.
Interessante notar é o desdém com que as principais autoridades andam lidando com o caso. A governadora aliás sumiu do noticiário. Parece que ela não tem mais nada a ver com o crime no estado que comanda. Entrevistado pelo JN, o chefe da PF no Rio, o sr. Itagiba, menosprezou qualquer ação de colombianos no Rio. Se o guerrilheiro das FARC realmente existe e está no Rio, ele deverá aparecer em pouco tempo sob pena da polícia carioca pagar mais um novo mico.
Os Estados Unidos mandaram para os ares um automóvel cheio de terroristas numa estrada do Iêmen e, horas mais tarde, os jornalistas da comunidade esquerdista internacional começaram a abrir o berreiro. Na onda antiamericana, a Folha não perdeu tempo. Ontem, seus editores cravaram um artigo de Robert Fisk do The Independent metendo o pau no Predador, o aviãozinho de controle remoto que disparou o míssil contra o jipe em que estava Senyan al-Harthi, líder da Al Qaeda.
Para reforçar o noticiário em suas páginas dedicadas ao mundo na edição dominical, os editores publicaram texto do correspondente Marcio Aith que entrevistou o ex-conselheiro da CIA, Jeffrey Smith. E o que ele disse? Disse que a ação na península arábica foi similar à campanha de assassinatos empreendida pela agência nos anos da Guerra Fria. Ou seja, para o entrevistado do jornal paulista, a guerra contra o terror que transformou a luta contra o comunismo em briga de galo não pode justificar a eliminação de agentes da Al Qaeda. E se fosse Bin Laden quem estivesse dentro do jipe? Ele deveria ser poupado também?
Para "equilibrar" o noticiário, o correspondente em Washington ouviu outro Jeffrey, desta vez o Richelson, especialista em CIA e que defendeu a ação do Predador. Mas como a linha dos editores da Folha é antiamericana, a saída no caso foi usar a ironia subliminar das sub-manchetes. "Não vejo problemas em eliminar terroristas" foi a utilizada para a entrevista com o defendor da guerra contra o terror. Colocada assim, a frase soa antipática, feita para causar má impressão nos leitores já bombardeados à exaustão com propaganda e informação contra Bush.
Mas contra Bush, vale tudo...
O estabelecimento de cotas raciais nas faculdades do país e que beneficia apenas os pobres que se autodeclaram negros, está sendo usado por setores da Igreja Católica para inocular a raiva e o preconceito em seus beneficiados. Um bom exemplo é o que foi relatado nesta madrugada pela Folha Online em reportagem assinada por Rafael Cariello, da sucursal carioca.
A fonte da questão é a ONG Educafro, baseada na Baixada Fluminense. Seu diretor-executivo, o frei franciscano Davi Santos, estimula seus orientados a odiar os brancos e ricos, para ele, a maioria dos frequentadores das faculdades no país. O frei costuma antecipar supostos enfrentamentos entre as raças dizendo aos negros como reagir diante de eventuais provocações dos brancos, algo que hoje está apenas na cabeça do religioso, prontinha para ganhar as academias e a sociedade em geral.
Segundo a reportagem, o frei pergunta a um dos concorrentes às vagas reservadas ao negros: "Os alunos brancos e ricos vão falar que você tirou uma vaga da namorada deles. Como você vai responder?" O candidato responde: "Vou dizer que há muitos anos eles tiram nossas vagas". O que o frei está fazendo é diabólico, para dizer o mínimo. Em breve, teremos no Brasil a luta social típica dos Estados Unidos, onde os brancos são odiados porque tem os melhores empregos e os negros são rejeitados porque fizeram de sua ascenção social uma verdadeira batalha racial sob os auspícios de milhares de entidades de direitos civis. Resultado: sobra preconceito para todos os lados.
A ONG da Baixada tem o apoio de diplomatas americanos, como o cônsul americano Anthony Fisher, chefe da seção de imprensa, educação e cultura do consulado americano no Rio, membro, segundo ele, da classe média negra americana. Pois apenas o fato de existir uma classe média negra e outra branca nos EUA é indício da divisão social que por lá impera. No Brasil, ainda não vivemos este choque inter-racial mas seu surgimento é uma questão de muito pouco tempo. O estabelecimento das cotas por aqui é apenas o começo de tudo.
Ainda segundo a Folha, Frei Davi rebateu críticas à política de cotas. "Há riquinhos que defendem a meritocracia. Que mérito é esse? É um jogo de cartas marcadas. O rico tem obrigação de tirar notas maiores", teria dito ele. Taí um frade movido a ódio.
André, de Campinas, mandou o seguinte e-mail:
Isso que vc diz no seu blog, de jornalistas brasileiros "desconhecerem" o Foro de São Paulo é realmente curioso... Já há algum tempo que o tema vem circulando em estágios diversos da mídia e mesmo assim, parece que o assunto entra por um olho e sai pelo outro.
Recentemente eu estava em um dos bate-papos de Paulo Henrique Amorim, no UOL News, e perguntei sobre o Foro. Ele respondeu que nunca tinha ouvido falar. Mandei-lhe o link da Fundação Perseu Abramo e, dali em diante, nenhuma de minhas perguntas foi selecionada ever again.
Mistério...
O principal fato do final de semana coube ao jornal O Globo relatar hoje. Na página 26 do diário carioca, ficamos sabendo que a polícia de Benedita da Silva tem em seu poder um guerrilheiro das FARC, capturado graças aos serviços de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. O nome do guerrilheiro não foi revelado e ele estaria num esconderijo mantido pela polícia na zona norte do Rio.
A presença de gente das FARC na cidade teria a ver também com o aumento de roubos a carro-forte no estado. O dinheiro serviria para ajudar no resgate de Fernandinho Beira-Mar, o principal comprador de pó comercializado pela guerrilha colombiana na América Latina. A comunicação entre as FARC e os comandos criminosos do Rio e de São Paulo vai de vento em popa e sua desmontagem será uma prova de fogo para o governo Lula.
É no combate ao narcotráfico que veremos se o PT irá cooperar com a população que o elegeu ou com seus aliados do Foro de São Paulo. Será impossível atender a ambos. Sob a tucanagem, vimos crescer o poderio do crime e a negligência diante da sua escalada. Sob as fuças do Ministério da Justiça, o Hezbollah e agentes da Al-Qaeda andam se encontrando, a cocaína transita com facilidade e agora, mais provas do comércio entre guerrilheiros colombianos e os homens do Comando Vermelho.
Notem que raramente a cúpula petista declara algo a respeito das FARC e de suas ligações com o crime no Rio e em São Paulo. Até quando ela poderá manter o silêncio sobre o tema? A prisão de um elemento das FARC, conforme sustenta a polícia do Rio, pode ser uma excelente ocasião para o seu fim.
Para a quase totalidade dos jornalistas brasileiros, a existência do Foro de São Paulo e as relações do PT com as principais forças revolucionárias marxistas da AL, o que caracteriza a verdadeira opção política da legenda, são temas que parecem relacionados à mente de alguns poucos esquizofrênicos ou de alguns “picaretas”, como já chegou a dizer o Lula. Também são temas que estão na boca de uns gatos pingados na mídia, inoportunos “reacionários” da “extrema-direita”.
Mas entre estes jornalistas, ativos parceiros da farsa do “Lulinha Paz e Amor”, existem é claro aqueles que sabem muito bem das coisas e que apenas fingem não dar bola aos fatos relacionados ao PT e seus aliados no continente. Alguns deles, como Josias de Souza, diretor da sucursal da Folha em Brasília, adoram exibir-se aos leitores oferendo a eles a leitura de documentos sigilosos do serviço de Inteligência do Exército, obtidos, aliás, ultimamente, sem muito esforço.
O trabalho de Inteligência do governo vem sendo motivo de muita chacota e costuma ser ridicularizado pela imprensa. É como se os arapongas da Abin não pudessem jamais xeretar as atividades do PT e do MST, por exemplo. Seriam agremiações acima de qualquer suspeita e o resultado de investigações sobre elas não pode merecer apoio da opinião pública.
Daí que o artigo de Josias de Souza neste domingo mais uma vez envereda para a análise jocosa deste tipo de serviço, como se apenas as espionagens e investigações feitas pelo próprio PT, seus aliados no Ministério Público e pelo próprio MST pudessem ser legítimas. Agora que o PT assumirá o poder, provavelmente estes serviços serão deixados em paz e poderão bisbilhotar seja quem for sem que jornalistas como o diretor da sucursal da Folha venham deles reclamar.
Baseando-se na falsa premissa de que o PT mudou e se afastou do marxismo-leninismo, Josias de Souza ridiculariza o que reportava em junho de 93 o Relatório Especial de Informações 003, do Centro de Inteligência do Exército. Redigido na gestão de Itamar Franco ele dizia que o PT viveria “uma guinada comportamental , de nível ainda imprevisível (hoje sabemos este nível), porém, seguramente, mais próxima da ideologia marxista-leninista do que da visão da social-democrata”, segundo está no artigo de Josias de Souza.
Ao contrário de ser este informe motivo de piada, como quer o colunista, ele é o retrato exato do caminho ideológico do PT trilhado nos últimos anos. Vale lembrar que o Foro de São Paulo foi criado em 1990, três anos antes do serviço de inteligência do Exército apontar em domumento o que hoje virou fonte de escárnio entre a mídia esquerdista.
O mais incrível, entretanto, é que o relatório 003 acabaria vaticinando a tal “guinada” do partido, a meu ver nem tão grande assim, já que o PT nunca se afastou do comunismo que lhe deu origem. Lula continua a encontrar-se com Fidel Castro, a participar das reuniões do Foro e de uns tempos para cá a elogiar Hugo Chávez (fora o encontro com o Tupac Amaru no Peru no ano passado).
Se fosse um jornalista honesto, Josias de Souza, ao contrário de avacalhar o serviço do Exército, deveria dar-lhe os parabéns pelo trabalho prestado ao país na realização de investigações sobre organismo como o MST. Mas agora, com o investigado passando a investigar, tudo voltará ao normal e os arapongas do PT poderão continuar agindo sem serem importunados. A diferença é que desta vez, com o aparato de Inteligência oficial.
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Editor: Sandro Guidalli