Guidalli.com
sábado, outubro 19
  Duas notas curtas

José Gerardo Grossi é ministro-auxiliar do TSE. Censurou propaganda tucana em que o PT era vinculado às FARC. Disse que a propaganda pode causar dano irreparável a Lula e a seu partido. Sua Excelência adivinhou o que o próprio PT pensa a respeito do assunto ou alguém do próprio PT soprou tudo para o magistrado? Ou as duas possibilidades estão certas?



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O Ibope, para alívio do Diego Casagrande e de todos os jornalistas perseguidos pelo governo protocomunista do Olivio Dutra, confirmou a vantagem de Germano Rigotto na disputa pelo governo gaúcho contra Tarso Genro. 58 a 35. Os números contradizem pesquisa do Zero Hora que apontou ligeira queda do peemedebista durante a semana.


 
  O Observatório na mira

A desonestidade de Dines & Cia provada



Vimos, em notas e comentários publicados na semana passada nesta página, que o Observatório da Imprensa, ao contrário do que apregoa, é parcial e tendencioso. A diferença no tratamento dado aos leitores que pedem sua ajuda é explícita. Todos aqueles que, na visão do jornalista Alberto Dines e na de seus editores, defendem opiniões contrárias aos interesses ou à linha editorial ideológica do OI, são dispensados feito aquelas pombas chatas que estorvam o nosso caminho. Num gesto só ou melhor, num e-mail só..



A estas pessoas, como ao leitor Raimundo Nicioli (ver nota “OI desampara quem não é do seu clube”), seus editores costumam acenar com uma espécie de “manual” do Observatório que diz ser proibida a veiculação de qualquer texto que signifique apologia ao nazismo, à guerra, ao racismo, etc. Acontece que os critérios que determinam o que viola ou não estas regras são absolutamente subjetivos e variam de acordo com os interesses do Observatório da Imprensa



Um exemplo: alguns dias antes de dispensar o leitor Raimundo Nicioli, poucos meses atrás, e que pedira ajuda ao OI em razão da propaganda, disfarçada de reportagens e artigos em favor do desarmamento civil, patrocinada pelos jornais do Rio em apoio às organizações do tipo Viva Rio, Alberto Dines e seus editores publicavam mais um artigo do jornalista comunista português, Miguel Urbano Rodrigues. Trata-se de um profissional financiado pelo regime de Fidel Castro e apologista da guerra feita pela narcoguerrilha colombiana das FARC contra os governos da Democracia do país vizinho.



Ao leitor Raimundo Nicioli, Dines e sua equipe disseram que não poderiam publicar seu artigo que defendia apenas a realização de um debate menos viciado e desonesto a respeito do desarmamento civil na imprensa carioca. No texto, Nicioli sequer dizia-se a favor do direito ao porte de armas pela população civil. O argumento usado para botar o artigo do leitor na gaveta: ele era anti-pacifista pois poderia ser interpretado, como foi pela editora-assisitente, Marinilda Carvalho, como um panegírico às armas.



A editora-assistente Marinilda Carvalho, militante esquerdista desde a juventude, e autora do argumento apresentado a Nicioli, deve ter “esquecido” que, dias antes, o próprio Observatório havia publicado mais um artigo de Miguel Urbano Rodrigues em que ele não só defende as FARC como critica outros intelectuais menos engajados nesta defesa.



Vejam abaixo um pequeno trecho do artigo do jornalista comunista que há poucos meses vivia em Havana:




”Em março último, no México, ao abrir a Conferência Internacional de Solidariedade com a Colômbia e pela Paz na América Latina, Heinz Dieterich expressou um pessimismo total sobre o futuro da luta das FARC-EP, pouco faltando para convidá-las a depor as armas. Quanto à Venezuela Bolivariana sugeriu a renúncia de Hugo Chávez e o recomeço da luta a partir da base. ...É útil registar que a intervenção de Dieterich provocou protestos muito generalizados, quase um sentimento de indignação entre os participantes, ali presentes para aprofundar a solidariedade com a luta dos povos da Colômbia e da Venezuela. Essa atitude de Dieterich não pode ser negada. As suas palavras foram gravadas como as dos demais oradores. Entretanto, semanas depois , Heinz Dieterich dizia já e escrevia o contrário, voltando, após o golpe, à apologia de Chávez e à defesa do combate travado pela HERÓICA GUERRILHA de Marulanda.”



Para o Observatório, é natural, portanto, publicar um artigo de alguém que defende a repugnante guerra das FARC que já matou milhares de colombianos. Mas quando um leitor pede espaço para opinar sobre o desequilibrado “debate” sobre o desarmamento civil na mídia, ele está desrespeitando as regras do OI. É ele e não Miguel Urbano Rodrigues o anti-pacifista.



 
  Sugestão de leitura

OFFMIDIA publica neste final de semana texto inédito do escritor e jornalista Antonio Fernando Borges sobre o prêmio Nobel Imre Kértesz. Saiba por que não foram os campos de concentração nazistas a pior desgraça da vida do escritor húngaro.



www.offmidia.com

 
sexta-feira, outubro 18
  Beneditinas


A lividez do motorista é nítida. Mostra o estado emocional dos que sabem ser sobreviventes. Sem camisa, ensopado de álcool, escapou do fogo e talvez da morte por pouco. O coletivo que conduzia foi atacado por traficantes, horas depois de uma nova ação coordenada que deixou marcas na porta do shopping mais conhecido da cidade e da sede do governo. A foto é da capa do Jornal do Brasil e a melhor imagem do dia.



O crime, que um dia foi desorganizado no Rio, colocou o governo estadual numa sinuca de bico. Ao mesmo tempo em que precisa preservar a vida de Fernandinho Beira-Mar, não tem condições de conter a violência dos narcotraficantes que aproveitam-se das excelentes circunstâncias para colocar em prática a sua estratégia, a de minar o poder institucional.



A opção, para a platéia, é dizer que o tráfico age porque está sendo sufocado. Curioso sufocamento esse em que a vítima mostra-se cada vez mais forte.



O governo do PT tem a ajuda da imprensa carioca. Num de seus mais recentes editoriais, o maior jornal da cidade disse que a vida não estava fácil nas bocas de fumo, daí o “desespero” dos traficantes. A versão é apoiada por sociólogos conhecidos pela militância esquerdista. Ignácio Cano, Luis Eduardo Soares e tutti quanti...



Todos convergem para sustentar a idéia de que a pressão sobre o crime é intensa e assim tentam salvar a pele do PT. Agora surgiu a informação de que planejam matar a governadora. Tudo é usado para vitaminar a tese encampada pelos jornais.



O narcotráfico carioca quer ter muito mais do que liberdade para agir. Quer o reconhecimento político como já obteve as FARC, no país vizinho. Poucas fontes dos jornalões reconhecem. Quando o fazem, são ridicularizados. Alba Zaluar, antropóloga, disse na Folha: “O tráfico está buscando poder e não apenas militar...querem transformar-se numa FARC”. Bingo!



Logo depois, a reportagem quis saber o que achava, sobre a opinião dela, o onipresente Ignácio Cano, da Uerj. Disse ele: “essa estratégia não faria sentido”. O título da matéria: “Para especialistas, ações mostram desespero”. Para bom entendedor, meia manchete basta.


 
  Ainda sobre o Verissimo

Publico abaixo colaboração do leitor Cesar Miranda a respeito de nota veiculada ontem nesta página sob o título "A Última do Verissimo". A ele meu agradecimento.



Sandro



Poderíamos fazer um estudo sobre a ironia. Paulo Francis dizia que sempre que você for irônico deve dizer que está sendo irônico, senão podem acreditar. Antes de ser irônico, deve-se ver a quem ela se dirige. Ironia demanda interlocutores inteligentes. Foi um episódio ótimo para o LFV saber o quanto é idiota o eleitor do Lula. Li o texto que me foi mandado por uma amiga Petista. Ela estava indignada com o cronista, não adiantou eu tentar explicar que o texto era irônico e que era pró-Lula. Até agora ainda está indignada. Bem feito para o Veríssimo que morrerá como humorista quando Lula subir ao poder, ou deverá quebrar um paradigma e inventar a piada a favor. A primeira tentativa passou longe...




Um grande abraço



 
  Band: um show de parcialidade

Repórter é bom de pergunta, ruim de resposta

O telespectador Márcio Cruz não é bobo. Comparando o tratamento dado pelo repórter Fabio Pannunzio, da TV Bandeirantes, aos entrevistados da base do governo com o reservado aos membros do PT, percebeu a enorme diferença de postura e comportamento do entrevistador. Duro com os primeiros, suave com os últimos.



Curioso, Márcio resolveu enviar um e-mail ao próprio repórter, perguntando-lhe sobre sua conduta tão desigual. A resposta dele, a mim enviada pelo ouvinte das entrevistas da Band, é um primor de objetividade. Em quatro palavras, Pannunzio diz algo como “são coisas da vida”....e nada mais fala. Não se sabe se foi um deboche, uma expressão resignada, um mea-culpa. Fica à critério do leitor.



Abaixo, reproduzo a carta enviada ao repórter por Márcio Cruz. A resposta não publico pois não tenho autorização do repórter para isso, nem eu a pedi:




Sr. Pannunzio,



Assistindo a entrevista do governador petista do Acre e fazendo paralelo com a do Jaime Lerner e Pedro Malan (que gravei), fica clara a diferença de tratamento e questionamento dado pela equipe da Band (especialmente a sua) quando o entrevistado é do PT e quando é da "base aliada".



O senhor, tão aguerrido, inquisidor, impositivo, "durão" com o Ped
ro Malan, por exemplo, demonstrou , mais que uma amabilidade, um companheirismo "de tantos anos" com o governador do Acre. Fazia até o conhecido papel de "escada" (dos programas humorísticos), "levantando a bola" para o entrevistado. Vamos aguardar o debate entre o Alckmin e o Genoíno para ver como a coisas se processam, mais uma vez, na área de jornalismo da Band...


 
  Algumas perguntas

Há uma impressão no ar e uma grande dúvida ao lado dela. Os últimos movimentos da campanha tucana apontam para o endurecimento do jogo a dez dias do pleito. Os principais personagens do cenário eleitoral subiram o tom de voz, resposta à estratégia da cúpula governista que teria determinado um “tudo ou nada” em cima da hora.


A dúvida é se a campanha de José Serra usará todas as armas para desestabilizar Lula. Minha impressão é de que a elevação da temperatura no âmbito das questões financeiras e econômicas do país não será suficiente para uma eventual virada.


Neste terreno, o PT tem meios eficientes de contra-propaganda. Ademais, conta com o apoio da maioria dos meios de comunicação e de uma patrulha ideológica aguerrida e sentinela.


A única saída de Serra, a meu ver, seria migrar em parte a atenção do plano econômico-financeiro para a esfera eminentemente política. Espera-se para sábado ou domingo, uma espécie de “pronunciamento” do opositor de Lula. Qual o teor das suas declarações?


Uma fonte me dizia nesta noite de quinta que há sinais de que virão à tona os vínculos do PT com a narcoguerrilha marxista colombiana, hoje confinados a blogs como esse e a uma ou outra inserção em telejornais e publicações de audiência relativa ou muito selecionada.


Esta transferência do debate, do plano econômico para o das relações institucionais do PT na América Latina e no mundo poderia, a meu ver, significar o que o álcool representa numa fogueira. Some-se a isso a questão do MST, da quebra da ordem democrática no governo petista do RS e poderíamos ter uma chance de ver realmente a disputa pegar fogo.


Do contrário, os tucanos correm o risco de um anti-climax caso insistam na linha adotada no começo da campanha na TV do segundo turno. Regina Duarte pode passar o bastão para Fernandinho Beira-Mar como o principal elemento de tensão da mídia. As ligações dele com a narcoguerrilha e desta, com o PT, são material suficiente para chacoalhar o eleitor. Será? Também me pergunto.


Resta saber se José Serra terá coragem de “tocar o terror” a esse ponto. Pode depender desta decisão conseguir ou não virar realmente o jogo. Só saberemos do resultado da estratégia depois de vê-la aplicada. Os números das pesquisas parecem não dar outra alternativa a José Serra.


 
quinta-feira, outubro 17
  A Última do Verissimo

Quem leu hoje a seção de cartas dos leitores de O Globo ficou intrigado com as mensagens de repúdio ao artigo de Luiz Fernando Verissimo em que o escritor gaúcho, usando a ironia, saiu em defesa de seu candidato à Presidência, em comentário sobre o episódio do Romanée-Conti.


Acontece que uma parte dos leitores, por incrível que pareça, não entendeu o tom debochado do autor e não percebeu a intenção do texto (acho que ainda é possível obtê-lo na versão online do jornal). A ironia voltou-se contra Verissimo pois ele atingiu justamente quem não queria: o próprio eleitor do Lula, indignado com o “preconceito” do “intelectual” em relação ao opositor dos tucanos.


Restou ao cronista pedir desculpas aos leitores. Sem ironia. Para quem não sabe, Luiz Fernando Verissimo compõe uma espécie de "tropa de choque" do petismo na grande imprensa. Ao lado de Marcio Moreira Alves e de Jânio de Freitas, o escritor está sempre alerta ao menor de sinal de desgaste de Lula no noticiário, como aconteceu no caso do vinho de R$ 6 mil ingerido num convescote noturno após o debate da Globo. Daí o artigo irônico. Sabemos agora que pode ter sido um tiro pela culatra.


 
  A Reforma Monetária Revolucionária

Quantos ches comprarão um dólar?


Gina Azevedo, em correspondência especial para O Globo desta quinta direto de Roma, diz que Hugo Chávez, em encontro da FAO, afirmou que, no futuro próximo, a América Latina terá a sua moeda única. O título da matéria: “Chávez: Eleição de Lula significa passo adiante”.


Ele não disse mas pretende estar no poder quando isso ocorrer e espera também que Lula esteja no comando do Brasil para, juntos, liderar a integração monetária. Afinal, o PT já disse que seu projeto é de ficar no mínimo 20 anos no poder (eles omitem que trata-se apenas de uma primeira etapa de poder mas essa é outra história).


Imediatamente passei a buscar um nome para essa moeda e acho que pode ser Che, em homenagem ao herói de todos os revolucionários marxistas do continente. Já imagino a figura do barbudo argentino em todas as moedas, no verso de todas as cédulas, exceto na de 100 Ches, que será ilustrada com a imagem do comandante Fidel.


Especulo também quanto deverá valer o Che frente ao Dólar. Pensando bem, é melhor não especularmos nada. Vem coisa pior por aí.


 
  Diego Casagrande exclusivo
Tarso Genro diz que também receberia as FARC no Piratini

Numa entrevista inédita ao jornalista Diego Casagrande, o candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro, disse que, assim como Olivio Dutra, também receberia sem constrangimentos os representantes da narcoguerrilha marxista colombiana no Palácio Piratini. (www.diegocasagrande.com.br)


Para Tarso e para o PT, não há nada de errado em conversar institucionalmente com as sanguinárias forças revolucionárias que infernizam a Colômbia explodindo bombas, matando e sequestrando inocentes, o diabo a quatro.


Mas se as relações do PT com as FARC, bem como com Fidel Castro, são fatos concretos e “normais” para o partido, porque Lula e José Dirceu têm evitado falar sobre o tema ao longo desta campanha?


É verdade que raramente o PT é forçado a falar sobre seus vínculos com as FARC. Até hoje, o Foro de São Paulo, a entidade que reúne todas as forças socialistas da América Latina, inclusive o PT, permanece ignorado do público brasileiro embora exista há mais de dez anos.


Sabe-se também que as FARC têm interesse na vitória de petistas e há suspeitas (ninguém investigará) de que alguns candidatos do PT este ano foram financiados pela narcoguerrilha. Da mesma forma, ideólogos marxistas das FARC costumam circular pelo interior dos estados do Sul doutrinando em faculdades controladas pela militância do MST e do PT.


Sobre isto eu mesmo posso afirmar, pois já investiguei o assunto a partir da descoberta de que era um provedor de Patro Branco que mantinha a página das FARC no Brasil. A cidade fica no sudoeste do Paraná, região em que o MST é muito forte e por onde andava, antes de ser preso pela PF, o falso padre Olivério Medina, uma espécie de embaixador informal dos guerrilheiros no Brasil. A imprensa, depois de informar sobre a prisão do representante das FARC nunca mais procurou investigar o tema.


A entrevista completa com Tarso Genro feita pelo jornalista gaúcho está em sua página na web, mencionada acima.


 
quarta-feira, outubro 16
  Alceu Garcia exclusivo

Leia em OFFMIDIA artigo exclusivo de Alceu Garcia sobre Lula e o Romanée-Conti.

 
  Lula-lá na mídia

”La Cruvinel” informa: não há motivos para preocupação

O título da coluna desta quarta da veterana jornalista Tereza Cruvinel à página 02 de O Globo é um aviso prévio aos militantes, simpatizantes e eleitores daquele que a partir de 2003 será o maior partido na Câmara dos Deputados: “PT sem medo”.



Ele pode ser interpretado também como um conselho aos leitores mais sensíveis e que podem mudar o voto de acordo com o que aponta a atriz Regina Duarte na campanha do horário eleitoral gratuito de José Serra na TV. É como se a jornalista dissesse, “podem votar sem medo. Não dêem ouvidos a ela, nada irá lhes acontecer”.



”La Cruvinel” aproveitou seu precioso espaço diário não apenas para acalmar o leitor. Usou-o para dar sua contribuição no linchamento midiático da atriz Regina Duarte. Vejam como ela fez isso: “Particularmente dura a carta (enviada à atriz) do dramaturgo Jair Alves, recordando a Regina que há 27 anos,...com outros atores, participou (Regina) da leitura de uma peça teatral onde o que se via era acima de tudo coragem”. Mais uma vez, a eterna luta contra o regime militar sendo usada para constranger a mais nova atriz do tucanato. Antes corajosa na esquerda, agora medrosa contra Lula.



A colunista também disse que o jeito “brejeiro e doce” da eterna namoradinha do Brasil não combinava com o texto lido por ela na TV. Brejeirice e doçura combinam mesmo atualmente com Lula paz e amor.



Mas o melhor “La Cruvinel” reservou para a própria militância, depois de tranquilizar os leitores comuns. Disse ela que o monitoramento dos telespectadores feito pelo partido mostrou que a “tática do terror” tucana não os sensibiliza mais pois do que jeito que está o país a mensagem é inócua. É o tracking sendo interpretado ao agrado de quem o monitora sem qualquer questionamento por parte de quem deveria duvidar das suas interpretações.



Como mensagem final, a jornalista também reforçou a decisão do PT de não levar Lula a mais de um debate. “O mesmo tracking constatou, segundo dirigentes do partido, que entrevistados em número até maior do que os eleitores de Lula no segundo turno acham que está de bom tamanho a opção por apenas um, da Globo, no dia 25”. Que monitoramento maravilhoso esse que só responde aquilo que desejamos ouvir.



”La Cruvinel” está de parabéns. Contribuiu com sua competência jornalística para acalmar a nação e garantir eleições sem sobressaltos no dia 27. Agora é só aguardar a posse de Lula.


 
  O dilema de Caetano

Nada mesmo como uma mulher para botar ordem na casa, no caso, a de Caetano Veloso, Paula Lavigne. Ardorosa militante tucana, a ex-atriz acionou o marido, em Nova York e o mandou pedir ao advogado que notifique o PT pelo uso da voz do baiano na campanha eleitoral de Lula.



Segundo Mônica Bergamo, na Folha Online, o acordo para a utilização da voz do cantor na música de Guilherme Arantes nunca foi formalizado. Mas de acordo com Duda Mendonça, ela já foi usada antes, sem que o cantor houvesse reclamado. A música é “Amanhã”, cuja letra refere-se à ditadura militar.



Acontece que o momento é outro e Caetano tem um tucano de guarda em casa. O compositor tenta manter-se neutro na disputa este ano. A imprensa, principalmente O Globo, entretanto, não se conforma com a neutralidade e, recentemente, numa entrevista, deduziu que o compositor acabaria votando em Lula porque ele admitira que “há uma onda Lula”. Coisa da militância diplomada em Comunicação Social.



Delicadíssima a situação de Caetano. Se por um lado pode ir para a Sibéria dos patrulhados do PT, onde já estão Marília Pêra e Regina Duarte, por outro corre o risco de levar dolorosas bicadas da mulher tucana com quem dorme. O melhor a fazer é manter a neutralidade e cuidar dos seus shows que começam em breve nos EUA.


 
  Lula-lá na mídia

Pau na “Helena”

Mal iniciou sua última e decisiva jogada para tentar reverter o que me parece ser inevitável, a eleição de Lula, e a campanha tucana já começou a levar cassetada de todos os lados possíveis na mídia. A primeira a sentir o tamanho da patrulha esquerdista foi a atriz Regina Duarte que, prudente, preferiu refugiar-se em algum sítio de amigos. A ex-namoradinha do Brasil é a mais nova vítima da rádio-patrulha do PT. Com apoio da imprensa, que só publica cartas de repúdio ao seu novo papel, chegou a receber um e-mail da presidência da CUT que, vejam só, acusa a atriz de ser a patrulheira como se ela não fosse a patrulhada. Mas essa novela é velha, mais antiga até do que a própria participação de Regina na teledramaturgia brasileira.



Sobram cartas nos jornais de leitores em defesa de Lula e contra o “terrorismo” da tucanagem, que não tem o respaldo de FHC, cada vez mais próximo do PT e em campanha nítida de isolamento de Serra. É a primeira vez na história do país que um presidente faz campanha contra o próprio candidato sem que a mídia aborde o fenômeno claramente. Depois de defender o candidato sem diploma, FHC considerou “superficial e negativa” qualquer comparação de Lula com Hugo Chávez. Foi em entrevista ontem na Folha



Mas voltando à campanha na TV, a imprensa será implacável com Regina Duarte. Aguardem para ver o tamanho do mundo que irá cair sobre a cabeça da assustada “Helena”, de “Por Amor” em reprise na TV por esses dias. Hoje, no Globo, foi a vez de Tereza Cruvinel dar uma força à campanha de Lula. O título de sua coluna é um primor de propaganda subliminar: “PT Sem Medo”. A colunista política do jornal carioca disse que o sistema de Tracking, aquele que avalia o impacto das mensagens eleitorais entre um público monitorado, garante que o “terrorismo” de Serra não está colando. Portanto, Lula, relaxe e prepare o Armani da posse. Vamos voltar a falar sobre a coluna da jornalista ainda hoje. Vale a pena.


 
  Blog da semana

Amigos leitores. Aproveitem enquanto o blog abaixo está no ar para visitá-lo. A partir de janeiro temo pela sua manutenção.



http://antilula.blogspot.com

 
terça-feira, outubro 15
  Com o Observatório na mira

Observatório Daltônico

Nota do Editor - O texto abaixo é de autoria do Alceu Garcia e foi escrito em função da parcialidade (depois em parte amenizada) do Observatório da Imprensa no tratamento dado ao caso da ação movida pelo governo petista gaúcho contra dois jornalistas. Eles ousaram criticar o comportamento da brigada do estado no episódio da quebra do relógio comemorativo dos 500 anos em Porto Alegre no semestre passado. Os brigadianos nada fizeram diante do quebra-quebra promovido por militantes esquerdistas.



Acontece que quando Carta Capital foi impedida judicialmente de publicar uma reportagem contra Anthony Garotinho, Alberto Dines e sua equipe foram implacáveis com a Justiça, que a proibiu. Já a ação movida por Olivio Dutra contra dois colegas de profissão recebeu em troca o silêncio do Observatório.

Sensibilizado pelos argumentos e pelos textos que chegaram em defesa dos jornalistas processados, Dines resolveu ceder e passou, numa edição posterior, a veiculá-los em seu site. Mesmo assim, ficou patente a parcialidade com que agiu ao longo da polêmica. Na ocasião, comentei o comportamento de Dines e de seus subordinados numa nota em minha coluna no portal Comunique-se.



O artigo abaixo, portanto, que reproduzo apenas em parte, também foi publicado no próprio OI depois das pressões mencionadas acima. Os leitores que quiserem ler o artigo completo (se já não o leram) podem pedir pelo e-mail guidalli@terra.com.br. Quem solicitá-lo ganhará como brinde outros comentários, estes inéditos na mídia, do mesmo autor sobre o mesmo Observatório. Não se arrependerá.




Alceu Garcia - O Observatório da Imprensa publicou com grande destaque textos indignados contra uma decisão judicial que impediu por algum tempo a revista Carta Capital e outros periódicos de publicar matéria adversa ao candidato Garotinho. Correto, corretíssimo. O Observatório da Imprensa publicou a versão oficial do governo do PT gaúcho no caso do processo criminal movido pelo governador contra jornalistas que o criticaram e, para salvar as aparências, um único artigo favorável aos jornalistas com o mínimo de destaque possível. Errado? erradíssimo. Somente se o Observatório fosse de fato o que ele diz que é: um espaço para manifestações pluralistas de jornalistas e leitores.


Como ele é tudo, menos isso, a postura diferente diante de dois casos similares - políticos poderosos intimidando jornalistas com o auxílio luxuoso de decisões injustas de magistrados - está correta, corretíssima. O Observatório da Imprensa é na verdade o Observatório do PT, daí o natural daltonismo político que o leva a enxergar situações iguais sob cores diversas. Entre a imprensa e o PT, o Observatório da Imprensa sempre ficará com o PT.


Jornalismo e petismo são entes incompatíveis e irreconciliáveis. Jornalismo pressupõe liberdade e propriedade. Liberdade para informar e opinar e a propriedade de si mesmo e dos meios de veicular essas informações e opiniões. Assim, é evidente que as acusações assacadas contra a propriedade privada dos jornais e revistas (o "poder econômico", a "lógica do mercado") pelo petismo são fraudulentas. A propriedade privada é condição de possibilidade do jornalismo, o direito do proprietário de veicular o que lhe agradar é o mesmo para um jornal de "direita" e um de "esquerda" e a "lógica do mercado" consiste em que só será lucrativo o órgão que atrair número suficiente de consumidores interessados em pagar voluntariamente pelo produto oferecido.


O jornalismo, pois, se contrapõe necessariamente aos inimigos da liberdade e da propriedade, entre os quais se destaca o Poder Político. Acontece que o petismo, filho dileto do marxismo, é uma doutrina totalitária, visto que politiza absolutamente toda a realidade, e sua meta final só pode ser a conquista do Poder Político absoluto. Numa sociedade totalmente politizada não há espaço para a liberdade, nem para a propriedade e ipso facto muito menos para o jornalismo. Quando a propriedade é toda concentrada no Estado, o indivíduo é despojado inclusive da posse de si mesmo. Ele torna-se propriedade do Estado, que é propriedade do Partido, que é propriedade do Guia Genial de plantão.


O petismo não reconhece a dissidência, nem sequer o direito à dissidência. Quem discorda do petismo é a priori um herege e com hereges não há discussão. Há guerra. O único jornalismo que o petismo legitima é a disseminação das idéias aprovadas pelo partido e o relato dos fatos à luz dessas idéias. E se os fatos conflitarem com as idéias, pior para os fatos. Isso, é claro, não é jornalismo; é propaganda ideológica. O Observatório da Imprensa é um veículo de propaganda ideológica do PT.


 
  O último café

E Nahum foi embora

Retornei há pouco do Tom Jobim, de onde já partiu rumo a Milão num vôo da Varig o jornalista Nahum Sirotsky. Amanhã cedo estará em outro avião desta vez em direção a Tel Aviv. Voltou para a guerra depois de um mês de “férias” no Brasil, período no qual atravessou três gripes e uma infecção pulmonar.



O “velhinho cara de coruja seca” , como o chama meu filho menor, está com 77 anos e cada vez mais teimoso e cansado. Seu desejo é retornar definitivamente ao Brasil e espero que um pequeno grupo de amigos consiga viabilizar essa volta, mantendo-o trabalhando perto dos seus amigos e em sua pátria.



Provavelmente lá pela quinta já teremos novos boletins diretamente de seu pequeno escritório no bairro de Ramat Aviv. Nahum chegará num momento muito tenso e de muita expectativa. Hoje a Síria, provavelmente, voltou a fustigar o norte israelense através das forças que financia, sendo a principal delas o Hezbollah. Israel não vem retrucando porque agiria exatamente como querem seus inimigos árabes, desviando a atenção de Saddam.



Vamos ver se Sharon conseguirá manter a calma. Acredito que tudo dependerá do cronograma da guerra contra o Iraque. Israel não suportará muito tempo sem reagir. Espera-se que as ações militares contra Saddam não demorem muito.



Nahum Sirotsky deixou o Rio impressionado com o ambiente antiamericano no país. Ele sabe, e eu também, que mais uma vez teremos que contar com a ajuda dos Estados Unidos para impedir a evolução do terrorismo em escala mundial. Numa comparação grosseira, mas legítima, a questão agora será lutar como lutou o Ocidente diante da escalada comunista nos anos 40 que, “felizmente”, parou na cortina do leste europeu para desgraça de todos os países da região.



Perguntem a um romeno, a um letão, a um bielo-russo ou a um eslovaco o que é o comunismo e eles saberão responder. Já o intelectual e jornalista brasileiros, que não viveram sob regime marxista, podem brincar à vontade de socialismo. Mas eles não sabem de nada. Para sorte deles e azar nosso.


 
segunda-feira, outubro 14
  Da série “É impossível ler calado”

O Arquiteto e o Calculista

A imprensa deveria fazer um pacto com Oscar Niemeyer. Ele continuaria dando suas milhares de entrevistas por mês mas seria proibido de falar sobre temas e assuntos que não fossem estritamente pertinentes ao mundo da Arquitetura. Todas as vezes em que o projetista de Brasília resolve passear pela sociologia, por exemplo, fica impossível tolerá-lo. É que o seu ódio pelo capitalismo, regime responsável aliás pela sua fortuna e pelo seu reconhecimento, acaba sempre em suas respostas, para delírio do entrevistador, conhecendo eu o tipo de repórter sempre escalado para ouvir o arquiteto que, por sinal, é meu vizinho de prédio aqui em Copacabana.



Na edição desta segunda de O Globo, entretanto, Oscar fez dobradinha com o seu engenheiro calculista, José Carlos Sussekind. Ambos estão lançando um livro pela Revan, intitulado “Conversa de Amigos”. Na entrevista que deram à repórter do jornal, os dois expeliram algumas pérolas da sociologia marxista quando a conversa roçou inevitavelmente as eleições deste ano.



Perguntado se o “Brasil pode ser otimista”, o arquiteto largou esta: “Sempre achei que o mais importante (no Brasil) não é mudar o governo e sim o regime (imaginem qual ele gostaria de ver implementado por aqui)...lamento que as mudanças estejam limitadas pelo capitalismo degradado que vivemos hoje”.



Já o calculista preferiu criticar a eleição de governantes e parlamentares que misturam a política com religião, gente que sofre extremo preconceito da midia, principalmente quando um deles (Crivella) ajuda a impedir a ida de um Leonel Brizola ao senado. Sussekind saiu-se com essa: “O mundo sofreu mais de mil anos por causa do uso mesclado da política com a religião. Inquisições, massacres, perseguições se sucederam até se conseguir um estado laico...”



O calculista, num lapso de cálculo impressionante, esqueceu de comparar o número de vítimas da Inquisição com o de estados laicos ou em que a religião foi proibida, como o soviético de Stálin e o chinês de Mao Zedong. O comunismo (e o nazismo também) foi responsável pela morte de um número impressionante de seres humanos, infinitamente superior ao dos mortos nas guerras religiosas da idade média. Além disso, pela primeira vez nacionalidades inteiras experimentaram o assassinato coletivo de milhões, algo absolutamente impensável nos mil anos a que se refere o amigo de Niemeyer.



A entrevista de O Globo, porém, foi bastante útil. A prefeitura de Niterói faz bem, portanto, em mantê-los ocupados com novos projetos. Com a mente desocupada e com poder, colocariam Albert Speer, o arquiteto do Terceiro Reich, no chinelo.


 
  Erramos

Em nota mais abaixo intitulada “A implacável censura do OI”, ao contrário de funcionário público federal, Robson dos Santos Caetano é consultor da Unesco para o Ministério da Saúde.


 
  Sugestão de leitura da semana

www.oexpressionista.com.br

 
  Quando quer, Veja é honesta

A mais recente reportagem de capa da revista Veja, nas bancas desde o domingo, 13, mostra que a publicação da editora Abril sabe ser imparcial e honesta quando quer. O tema principal foi sobre o resultado das eleições de 6 de outubro que, segundo Veja, golpeou dinossauros da política brasileira como Leonel Brizola, Newton Cardoso, Orestes Quércia, Paulo Maluf e Fernando Collor. Apenas o fato de Leonel Brizola, um representante sênior das esquerdas, estar neste saco é razão para otimismo, caros leitores.



Pode-se argumentar que, de acordo com os parâmetros usados pela revista, outras figuras de destaque, entretanto, escaparam da aposentadoria forçada e voltaram ao Parlamento, como Jader Barbalho e Antônio Carlos Magalhães, identificados com o caciquismo regional e sinônimos de atraso. Mas o que importa aqui é verificar que a reportagem da revista foi menos parcial desta vez e justa ao criticar partidos e homens públicos de todas as linhagens do espectro político do país. Mas a edição desta semana foi exceção e não praxe.



A reportagem usa a figura dos dinossauros, seres do passado e símbolo do antiquado e de práticas políticas hoje condenáveis e em desacordo com a modernidade e a democracia para sustentar sua matéria. Fazem parte do grupo desde um Aldo Rebelo (PcdoB), Edison Lobão (PFL), Alceu Collares (PDT), Helio Costa (PMDB), Romero Jucá (PSDB), Roberto Freire (PPS), e Miguel Arraes (PSB). È verdade que nenhum petista foi elencado na lista de politicosssauros de Veja (seria pedir demais?), mas o partido é mostrado como a nova chocadeira de grandes exemplares da espécie, como Antônio Carlos Magalhães e José Sarney, os novíssimos aliados do PT na disputa pela presidência.



Numa imprensa habituada a louvar os caciques da esquerda enquanto é implacável com aqueles que ela considera “de direita”, a matéria de Veja é um alívio e uma demonstração de honestidade rara nos dias de hoje. Reconhecê-la é imperioso.


 
  OI desampara quem não é do seu clube

No início deste semestre, o músico carioca Raimundo Queiroz, estudioso das questões relacionadas ao desarmamento civil, decidiu enviar um texto ao Observatório da Imprensa em que expressava sua crítica diante da parcialidade com que a mídia brasileira vem tratando a questão do uso de armas pela população do país.



Queiroz, como outros leitores, julgou ser o Observatório o lugar ideal para o verdadeiro debate do tema, já que na imprensa o confronto de idéias deu lugar a uma espécie de clube de amigos em que jornalistas, representantes de entidades como o Viva Rio e sociólogos revezam-se na defesa irrestrita do desarmamento da população civil.



Queiroz é autor de um ensaio sobre o assunto, em que várias informações foram compiladas e analisadas. A questão colocada, entretanto, ao OI, não foi sequer esta, a de publicar seus argumentos e sim apenas a de questionar a parcialidade da mídia, formal e informalmente, como ele mesmo veio a descobrir, vinculada aos interesses das entidades que defendem a proibição do porte de armas. Para ele e para milhares de leitores, tenho certeza disso, não é justo que a imprensa desequilibre assim o noticiário quando o seu dever é resguardar espaço aos mais variados pontos de vista sobre assuntos polêmicos como este. E a polêmica só existe quando não há consenso, há divergência de opiniões.



Em resposta ao seu pedido, o de publicar suas impressões sobre o comportamento da mídia no OI, Queiroz recebeu a resposta que parece ser o padrão do atendimento do serviço de Alberto Dines quando é necessário descartar leitores indesejáveis. Em e-mail assinado pela editora-assistente Marinilda Carvalho, o Observatório alegava que o texto de Queiroz contrariava a linha editorial do site pois defendia as armas. Para a editora, isso representa uma postura antipacifista. Que o autor tentasse publicar seu artigo numa revista americana, foi a “sugestão” dada pela subordinada de Alberto Dines.



Queiroz tentou fazer a editora ver que não estava fazendo “defesa das armas” como ela mesmo alegara, mas levantando a questão da abordagem do assunto pela imprensa. “Disponiblizar textos, pesquisas e estatísticas sobre o uso de armas não significa estimular o seu uso mas apenas ressaltar o cuidado em tornar disponíveis às pessoas informações que vão fazê-las discernir melhor o cenário que as cerca”, ponderou o músico.



Mais uma vez, Marinilda Carvalho mostrou-se insensível mesmo diante da evidente boa fé de seu interlocutor. A editora voltou a usar as leis do Observatório e que são aplicadas apenas aos leitores que não se identificam com sua linha editorial que de isenta e imparcial não tem absolutamente nada.



Sabemos que o desarmamento civil é uma das bandeiras da esquerda mundial e sabemos também que a imprensa brasileira faz parte de um grande entroncamento de interesses que nasce em organismos como a ONU, passa por ONGs como o ISER e o Viva Rio para envolver personalidades públicas e artísticas do país.



Quem quer que tente furar este bloqueio dizendo-se ser favorável ao porte de armas ou simplesmente, como fez Raimundo Queiroz, questionando a parcialidade da mídia, será recebido com arrogância ou negligência. O Observatório, que supostamente deveria combater a falta de isenção, como podemos notar, faz parte do clube e é implacável com quem não faça parte dele.



 
domingo, outubro 13
  A implacável censura do OI

Em abril deste ano, o leitor carioca Robson dos Santos Caetano, funcionário público federal, enviou um e-mail ao Observatório da Imprensa avaliando a então histeria da mídia diante da ida para o segundo turno das eleições francesas do candidato Jean-Marie Le Pen.



Sem fazer qualquer defesa do candidato, Robson apenas observava que não havia motivos para tanta exaltação na imprensa, visto que Le Pen havia sido beneficiado pela grande abstenção eleitoral, o que acabou vitaminando sua performance nas urnas. Menor o eleitorado votante, maior sua expressividade na apuração dos votos.



Mas a imprensa mundial e brasileira, controlada em sua maioria pela esquerda, tem verdadeiro horror a qualquer comentário que possa parecer elogioso ou benevolente com algumas personalidades do mundo político internacional. Automaticamente, qualquer observação menos apaixonada contra Le Pen (ou qualquer político não alinhado ao socialismo) que possa ser interpretada em favor do político radical francês vira sinônimo de defesa de suas idéias, hoje fartamente relacionadas ao nazismo e ao racismo em parte por culpa da própria mídia esquerdista, em parte pelo que declara o próprio nacionalista gaulês.



Julgando ser o Observatório da Imprensa o fórum adequado para relatar suas impressões a respeito da despropositada reação dos jornalistas à vitória de Le Pen sobre Lionel Jospin, Robson teve como resposta, entretanto, aquilo que seria o usual no caso de um jornal como O Globo ou a Folha (e não de alguém que chamou para si a responsabilidade de auxiliar o leitor).



Marinilda Carvalho, editora-assistente do Observatório ela própria militante esquerdista (http://marinildadas.blogspot.com), alegou que não poderia publicar o e-mail de Robson Caetano porque ele feria três das regras do site. Sua mensagem, na opinião da jornalista, representava a defesa do racismo, do nazismo e da violência (o comunismo está fora desta lista por razões óbvias).



Intrigado diante da censura imposta ao seu e-mail, o leitor resolveu insistir, dizendo que não estava defendendo Le Pen e que, para ele, felizmente o candidato seria derrotado pelo conservador Jacques Chirac, como ocorreu. Suas observações tinham como foco o comportamento da imprensa, apenas isso. Mas a editora do Observatório, que a todo momento precisa dizer a si própria que é uma pessoa ética e que não censura ninguém (mostrarei isso mais adiante, em outras notas), permaneceu sentada em cima da mensagem do leitor que debaixo do seu assento permaneceu.



Hoje, Robson dos Santos Caetano pode opinar livremente sobre o que bem entender sem medo da censura. Além do próprio excelente blog que criou, http://acreditesequiser.blogspot.com , virou colunista do OFFMIDIA onde vem escrevendo com a competência já reconhecida.


 
  O Observatório na mira


O caminho para revelar a farsa


O melhor caminho para desmascarar o Observatório da Imprensa me parecer ser o que permite aos leitores saber como pensam seus editores e colaboradores mais próximos. Desde que passei a fazer minhas primeiras críticas ao trabalho do jornalista Alberto Dines e de sua equipe, tenho recebido e-mails e documentos de várias fontes que nos permitem ler aquilo que costuma ficar guardado em caixas postais, obtendo assim detalhes preciosos de uma comunicação muito reveladora dos métodos do pessoal do OI.



Algumas destas pessoas, leitores comuns da imprensa e que em algum dado momento buscaram a ajuda do Observatório, tiveram seus argumentos, legítimos, como iremos poder atestar, ora ignorados pela redação do OI ora menosprezados. Em alguns casos, estas pessoas tiveram que escutar absurdos como justificativa para a não publicação de seus textos na página do serviço de Dines.



Embora prometa ser ´um fórum permanente onde os usuários da mídia - leitores, ouvintes e telespectadores -, organizados em associações desvinculadas do estabelecimento jornalístico, poderão manifestar-se e participar ativamente num processo no qual, até agora, desempenhavam o papel de agentes passivos, o Observatório apenas permite a manifestação daqueles que partilham das mesmas idéias e daquilo que defendem ideologicamente e politicamente seus editores.



Para afastar os leitores indesejáveis, o Observatório costuma chacoalhar sua cartilha que defende seu direito a não publicar apologias ao racismo, nazismo, pedofilia, à guerra e à violência. Cada vez mais amplo, o espectro limitador daquilo que pode aceitar o Observatório funciona baseado em critérios subjetivos e não universais. Assim, uma crítica ao privilégio que a mídia brasileira vem dando aos defensores do desarmamento da sociedade civil acaba virando apologia ao uso das armas.



Uma observação mais apurada sobre o tratamento que a imprensa dispensa a um Jean-Marie Le Pen, por exemplo, no Observatório transforma-se em apologia ao nazismo e assim por diante.



Nos próximos dias, iremos mostrar aqui pequenas histórias, documentadas, que envolvem o Observatório e leitores por ele agredidos e desprezados. São pessoas cujo único defeito foi o de ter achado que poderiam contar com o serviço do sr. Alberto Dines para criticar a imprensa e assim ´participar de forma ativa´ do debate sobre o jornalismo brasileiro. Eles não sabiam que , para isso, teriam que ser esquerdistas e rezar a cartilha dos editores do Observatório.